De acordo com o empresário Alex Nabuco dos Santos, o setor da construção civil atua como um termômetro da economia, e nos últimos anos, o mercado tem enfrentado um desafio significativo: a alta dos materiais de construção. Causada por uma combinação de fatores, como a desvalorização cambial, a escassez de commodities globais e o aumento dos custos logísticos, essa escalada de preços tem impactos diretos no preço final dos empreendimentos. Essa dinâmica cria um cenário de incerteza para construtoras e, consequentemente, afeta o poder de compra do consumidor.
Se você deseja analisar as causas e as consequências para que o mercado imobiliário possa desenvolver estratégias resilientes, continue lendo a seguir!
As causas da alta e a volatilidade dos custos dos materiais de construção
A pressão sobre o preço final dos empreendimentos começa na base: as matérias de construção. A pandemia global e a subsequente retomada econômica desordenada geraram um descompasso entre a oferta e a demanda mundial. O aço, o cobre e o cimento, commodities essenciais, tiveram seus preços dolarizados e inflacionados.
O Brasil, com sua dependência de insumos importados e a desvalorização cambial, viu esse custo ser amplificado. Além disso, a capacidade produtiva interna de alguns materiais de construção não conseguiu acompanhar o aquecimento da demanda por reformas e novos projetos, criando gaps de oferta que elevaram ainda mais os preços.
Como aponta o especialista Alex Nabuco dos Santos, os custos logísticos, impulsionados pelo aumento do preço dos combustíveis e pela falta de contêineres, também contribuíram significativamente. O transporte, que representa uma parcela considerável do custo final, se tornou um gargalo.

Impactos diretos no preço final e no custo de construção
A principal e mais evidente consequência da alta dos materiais de construção é o aumento do preço final dos empreendimentos. Construtoras precisam repassar o aumento dos custos diretos para garantir a viabilidade financeira do projeto, afetando diretamente a margem de lucro e o valor de venda.
Para o comprador, isso se traduz em:
- Aumento do INCC (Índice Nacional de Custo de Construção): Este índice, que mede a variação dos custos de materiais de construção e mão de obra, é o principal indexador dos contratos imobiliários durante a fase de obra, resultando em parcelas maiores para o cliente;
- Redução do Poder de Compra: O aumento dos preços, somado a taxas de juros mais altas, diminui a capacidade de financiamento e aquisição de imóveis, especialmente para as classes de menor renda.
Como comenta o empresário Alex Nabuco dos Santos, essa alta pode levar a um represamento da demanda, pois o comprador adia a decisão de compra na esperança de uma estabilização dos custos.
Estratégias de mitigação na construção civil
Para enfrentar o cenário de alta dos materiais de construção, o setor tem adotado estratégias de mitigação focadas em eficiência e negociação:
- Otimização de Projetos: Redefinir projetos para utilizar menos materiais caros, como aço e concreto, por meio de soluções estruturais mais leves e eficientes;
- Industrialização da Construção: Utilizar métodos construtivos mais industrializados (como light steel frame ou alvenaria de vedação mais rápida) que reduzem o desperdício no canteiro de obras e otimizam o tempo de execução;
- Compra Antecipada e Contratos de Longo Prazo: Construtoras com maior poder de capital têm buscado negociar o preço de grandes volumes de materiais a longo prazo, protegendo-se contra a volatilidade.
Como indica o empresário Alex Nabuco dos Santos, a inovação em materiais de construção sustentáveis e alternativos também ganha destaque, pois buscam reduzir a dependência das commodities tradicionais e mitigar os riscos de suprimento.
Desafios e estratégias frente à escalada de custos
A alta dos materiais de construção representa um desafio complexo que redefine as dinâmicas do setor imobiliário e da construção civil. O aumento constante nos custos de insumos como aço, cimento e vidro impacta diretamente o preço final dos empreendimentos, pressionando margens de lucro e exigindo respostas ágeis do mercado.
Como pontua o empresário Alex Nabuco dos Santos, o cenário atual demanda adaptação, inovação e planejamento estratégico. Construtoras e incorporadoras precisam investir em eficiência produtiva, métodos construtivos industrializados e gestão inteligente de recursos para equilibrar qualidade, acessibilidade e rentabilidade. Essa transformação não é apenas uma reação ao aumento de preços, mas uma oportunidade de modernizar processos, reduzir desperdícios e fortalecer a sustentabilidade do setor. Assim, diante da alta dos materiais, o futuro da construção civil passa pela inovação e pela busca contínua de soluções que garantam competitividade e responsabilidade econômica.
Autor: Elmaris Elyster