Robson Gimenes Pontes, CEO e fundador do Shield Bank, explica que a securitização de ativos tem se consolidado como uma poderosa ferramenta de alavancagem financeira, especialmente em contextos que exigem liquidez imediata e diversificação de fontes de financiamento. Esse mecanismo representa uma alternativa estratégica para empresas que buscam transformar seus recebíveis em capital de giro, sem aumentar o nível de endividamento tradicional.
O que é a securitização de ativos?
A securitização de ativos é um processo pelo qual determinados ativos, como créditos futuros ou recebíveis, são transformados em títulos negociáveis no mercado financeiro. Esse procedimento é realizado por meio de uma companhia securitizadora, que adquire os ativos da empresa cedente e os repassa ao mercado, em forma de papéis que podem ser adquiridos por investidores. Esse instrumento permite às empresas anteciparem receitas e reforçarem seu caixa com mais agilidade e segurança.
Essa prática é bastante comum em setores como o imobiliário, agronegócio e financeiro, mas seu uso vem se expandindo para outros segmentos, impulsionado por um ambiente cada vez mais competitivo e pela necessidade de inovação na gestão de recursos.
Potencial da securitização na alavancagem financeira
A alavancagem financeira por meio da securitização tem potencial significativo para aumentar a capacidade de investimento das empresas. Conforme Robson Gimenes Pontes analisa, ao transferirem parte de seus ativos para uma estrutura de securitização, as empresas conseguem liberar capital para aplicar em novos projetos, ampliar operações ou quitar dívidas mais onerosas.
Diferentemente de um empréstimo bancário tradicional, a securitização não compromete a estrutura patrimonial da empresa, uma vez que os ativos são alienados e não geram passivos diretos. Além disso, a operação pode melhorar os indicadores financeiros, facilitando o acesso a outras formas de crédito no futuro.
Aplicações práticas da securitização de ativos
As aplicações práticas da securitização de ativos são diversas e adaptáveis a diferentes perfis empresariais. No setor imobiliário, por exemplo, é comum o uso de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) para captar recursos com base em contratos de aluguel ou vendas futuras. Já no agronegócio, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) desempenham papel similar, transformando recebíveis agrícolas em produtos financeiros.

Na visão de Robson Gimenes Pontes, outra aplicação estratégica está na securitização de créditos privados, como duplicatas e faturas de empresas prestadoras de serviços. Essa prática tem ganhado espaço entre pequenas e médias empresas que enfrentam dificuldades para obter crédito convencional, mas possuem carteiras consistentes de recebíveis.
Benefícios e riscos da securitização
Entre os principais benefícios da securitização, destaca-se a antecipação de receitas, o aumento da liquidez, a diversificação das fontes de financiamento e a melhoria nos índices contábeis. Para o investidor, os títulos oriundos da securitização podem oferecer boa rentabilidade, atrelada a riscos que são, muitas vezes, bem avaliados e controlados.
No entanto, é essencial destacar que a securitização também envolve riscos, como inadimplência dos recebíveis, falhas na estruturação jurídica e oscilações no mercado. De acordo com Robson Gimenes Pontes, a transparência e a governança na gestão dos ativos securitizados são fatores decisivos para o sucesso da operação. A ausência de critérios rigorosos pode comprometer a credibilidade do processo e afetar tanto cedentes quanto investidores.
O papel da securitização na estrutura de capital
A estrutura de capital de uma empresa pode ser significativamente otimizada com o uso inteligente da securitização. Essa estratégia permite o ajuste do perfil financeiro da companhia, equilibrando melhor os prazos de recebimento e pagamento e reduzindo a dependência de crédito bancário. Segundo Robson Gimenes Pontes, quando bem planejada, a securitização se torna um catalisador para o crescimento sustentável, oferecendo flexibilidade operacional e vantagens competitivas.
Empresas que adotam essa ferramenta conseguem reestruturar suas finanças com maior autonomia e previsibilidade, mantendo o controle sobre sua gestão e fortalecendo sua posição no mercado.
Considerações finais
A securitização de ativos como ferramenta de alavancagem financeira representa uma solução estratégica para empresas que desejam transformar seus ativos em liquidez, sem comprometer seu endividamento. Como destaca Robson Gimenes Pontes, seu uso inteligente pode impulsionar o crescimento, facilitar a captação de recursos e modernizar a estrutura de capital empresarial.
Com aplicações cada vez mais amplas e flexíveis, a securitização se afirma como uma prática inovadora no cenário financeiro nacional, contribuindo para a sustentabilidade e expansão de negócios em diversos setores da economia.
Autor: Elmaris Elyster