De acordo com o especialista Carlos Eduardo Rosalba Padilha, a gestão de dívidas empresariais é a chave para recuperar fôlego financeiro sem paralisar o crescimento. Ao transformar obrigações dispersas em um plano coordenado, a empresa reduz riscos, melhora o rating com credores e reconquista previsibilidade. O ponto de partida é combinar diagnóstico técnico com negociação estruturada, sempre ancorada em dados e metas claras.
Dessa forma, a organização evita decisões precipitadas, prioriza o que realmente afeta o caixa e cria condições para investir novamente, com segurança e transparência. Veja mais:
Gestão de dívidas empresariais: diagnóstico financeiro e preparação para a mesa de negociação
Antes de qualquer contato com bancos ou fornecedores, é essencial mapear todas as obrigações: curto e longo prazos, garantias, indexadores, covenants e custos efetivos. Com esse inventário, a área financeira identifica dívidas críticas por juros, multas ou riscos de vencimento antecipado. Em paralelo, projeta-se o fluxo de caixa operacional, separando o recorrente do eventual, para saber quanto a empresa consegue pagar de forma sustentável. Ao quantificar a folga financeira real, a gestão estabelece prioridades de renegociação.
A preparação também envolve organizar evidências de capacidade de pagamento e disciplina de gestão. Demonstrações normalizadas, plano de reestruturação, metas trimestrais e indicadores de eficiência fortalecem a narrativa perante credores. Como evidencia Carlos Eduardo Rosalba Padilha, credores valorizam transparência e previsibilidade: quando veem governança e números consistentes, tornam-se mais abertos a prazos maiores, carências e redução de encargos.
Estratégias de renegociação que funcionam na prática
Com o diagnóstico pronto, entram as táticas de negociação. Alongamento de prazo com carência inicial alivia o caixa no curto prazo; troca de indexadores reduz volatilidade quando a empresa sofre com variações de juros ou câmbio; consolidação de passivos dispersos em uma linha única simplifica o controle e reduz custo administrativo. Sempre que possível, substitua garantias excessivas por estruturas proporcionais ao risco, mitigando travas operacionais.

Outra alavanca relevante é a combinação entre redução de spread e mecanismos de performance. É possível atrelar parte do custo da dívida ao cumprimento de métricas como margem operacional, cobertura de serviço da dívida e redução de inadimplência de clientes. Conforme apresenta Carlos Padilha, acordos escalonados com gatilhos de desempenho equilibram interesses e elevam a confiança das partes. Paralelamente, repactuações com fornecedores estratégicos reforçam o ciclo de caixa e contribuem para o sucesso do plano.
Governança, compliance e indicadores para sustentar acordos
Renegociar é apenas metade do caminho; sustentar o acordo exige governança ativa e rotinas de acompanhamento. Implementar um comitê financeiro, com reuniões periódicas e atas de decisão, garante disciplina na execução do plano. Políticas de alçada para contratações, rolagens e captações evitam a volta ao endividamento desordenado. Além disso, a integração entre contabilidade, tesouraria e controladoria assegura consistência de dados e relatórios, reduzindo surpresas e fortalecendo a comunicação com credores.
Na visão de Carlos Eduardo Rosalba Padilha, um painel de indicadores bem desenhado é decisivo para antecipar desvios. Métricas como ciclo de conversão de caixa, variação de capital de giro, DSCR, alavancagem líquida e aging de contas a receber devem ser monitoradas semanalmente. Com alertas e faixas de tolerância, a empresa reage rápido a rupturas de demanda, custos ou crédito. Em paralelo, políticas de pricing, revisão de mix e programas de eficiência operacional liberam recursos para amortizações.
Do passivo desorganizado ao plano sustentável
Em síntese, a gestão de dívidas empresariais não se resume a pedir prazo; trata-se de redesenhar a relação entre risco, caixa e crescimento. Um diagnóstico preciso, combinado a táticas de renegociação e a um sistema de governança rigoroso, converte passivos em previsibilidade. Para o especialista Carlos Padilha, acordos bem-sucedidos nascem de números confiáveis, disciplina na execução e comunicação transparente com todas as partes.
Autor: Elmaris Elyster